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Escola em assentamento será construída com recursos de ação trabalhista

Termo firmado com o MPT é fruto de operação de resgate de trabalhadores em situação de escravidão -
07/03/2022
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Termo de ajuste de conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul, fruto de uma operação de resgate de trabalhadores em situação de escravidão, vai beneficiar famílias do Assentamento Estrela, na zona rural de Campo Grande. Os pouco mais de R$ 815 mil serão investidos na construção de uma nova sede da escola municipal Leovegildo de Melo.


Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a atualmente a unidade escolar atende 260 alunos que vão desde o grupo 4 ao 9º ano do ensino médio e fica dentro de uma fazenda distante do assentamento, onde vive a maior parte dos estudantes.  A futura instalação ficará apenas 500 metros da BR-262, mais perto da casa dos alunos.

Os recursos repassados ao MPT, são fruto de uma ação trabalhista originada na operação de resgate de 17 trabalhadores mantido em condições de escravidão em uma fazenda na cidade de Porto Murtinho, a 454 quilômetros da Capital, em 2020. Um dos resgatados tinha apenas 14 anos.

A obra ainda prevê a ampliação do público atendido incluindo turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos).  O projeto será executado com a mão de obra de internos do sistema penitenciário, que cumprem pena em regime semiaberto.

“É uma parceria que vai contribuir para a melhoria do ensino e acesso à educação. Atender os moradores da zona rural é importante e também proporcionar meios para que essas crianças consigam estudar e estar próximos das suas raízes”, afirmou o prefeito Marquinhos Trad.

Para o autor da destinação dos recursos, o procurador Paulo Douglas de Moraes, a construção da escola rural significa a reparação da sociedade pelos prejuízos causados por empregadores em sua essência.

“Esta é uma destinação cujos frutos, espero, possam transcender e ser colhidos por várias gerações. A chaga do trabalho escravo tem início na ausência da oportunidade de acesso a uma boa educação, e aplicar os valores obtidos de empregadores autuados por essa prática é compensar a sociedade por esse dano causado”, afirmou.

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